
O algodão
vira cordão
nasce tapete
ganha nós
que amarrado
solta e salta
leve, flutua.
A borracha
escorre em fios
negros. Endurece.
Com mãos ardidas
protegidas com talco
esfria e solidária
se enrola e adormece.
O algodão
e a borracha
matérias vivas
viva a matéria!
Pelas mãos de Vânia
compreendem sua
com- posição
e deitados
esparramados
esperam a
sobre- posição
que emerge
ressurge.
E como criaturas
agradecidas
flutuam.
Malluh Praxedes (escritora, poetisa, jornalista) | 1995