O ESTRANGEIRO é um projeto fotográfico que traz a reflexão sobre aquele que a sociedade estranha. Entre eles: idosos, ciganos, detentos, deficientes, prostitutas, negros, asiáticos, moradores de rua, pobres, estrangeiros…  Em um trabalho de campo foram coletadas fotografias e vídeos de pessoas que se encontram à margem da sociedade. Na Praça Sete, em Belo Horizonte, foi realizada uma intervenção com esses retratos colados no chão. O chão, local escolhido para mostrar os retratos, contra argumenta com as perguntas:

Em quem a sociedade pisa?

O que faz do humano um estranho?

O que incomoda?

Quem é o estrangeiro?

O que nos torna humanos?

O arranhar das imagens pisoteadas até chegar ao apagamento contra argumenta com a invisibilidade daquele estrangeiro/estranho que incomoda.

Durante a apresentação, performers atuam entre os passantes levantando pontos positivos que valorizam o indivíduo-estrangeiro na tentativa de retirá-los da invisibilidade. Resgatar esses valores e mostrá-los à sociedade é um fator fundamental na busca de uma dignidade humana.

Com a proposta de ser itinerante O ESTRANGEIRO busca uma apresentação em outros locais com a intenção de atingir um público maior.

Em quem a sociedade pisa?

Performers representam os excluídos

O beijo envolve sentimento.

Por isso eu não beijo.

Sentimento é a coisa mais fina do mundo!

 

Performer: Clara Fadel

Assovia o vento dentro de mim. Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contra vento, eu sou o vento que bate em minha cara

 

Performer: Pablo Xavier

Por fora pedra.

Dentro, cristal.

E entre as camadas, o caminho. 

Liberdade que estais em mim, santificado seja o vosso nome

 

Performers: Moysés e Catiúcia

Há dias que me sinto estrangeiro em Belo Horizonte como seria em qualquer lugar do mundo. E, nestes dias, dia sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é meu lugar…

 

Performer: Thiago Montheiro

 

“Muita gente pequena, em lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, podem mudar o mundo.”

 

Performer:Eduardo Paes

Vocês não me vêem?

Quem é o cego?  

Eu estou no meio de vocês…

 

Performer: Dudu Mello

Precisamos pacificar o branco!

O Brasil é dos índios. É nosso! 

No Brasil todo mundo é índio, exceto quem não é.

 

Performer: Filipe Duarte

 

Quem é estrangeiro?

Criança, velho, louco, morador de rua, preso, cigano,

barata, cachorros, os bichos…

Então eu também sou estrangeira?

O pinheiro é estrangeiro no parque municipal.

Na Praça Sete ninguém é estrangeiro.

Ou então, todo mundo é…

 

Performer: Letícia Carvalho

Não gosto de pretos.

Como? Então gosta de quem? Dos brancos?

Também não.

Já sei, gosta de indianos, gosta dos da sua raça.

Não. Eu gosto de homens que não tem raça.

É por isso que eu gosto de você.

 

Performer: Raquel Carvalho

 

Nascemos da mistura…

Então, porque o preconceito?

 

Performer: Elenito Duarte

“V A R A L   D O   P R E C O N C E I T O”

Pessoas que ali passavam eram convidadas a escrever seu preconceito no caderno ou em fitas coloridas com a opção de pendurá-las no varal.

Agradecimentos: Núcleo FAC,  Alexandre Salles, Eugênio Gurgel, Gui Mazzoni, Lígia Nassif, Lívia Rebehy,  Marcelo Santos,  Rafael Lomax, Sylvia Vartuli, Sylvie Moyen,  Adriela Ferreira Rodrigo Santos